
Eu não sou fã de jogos de guerra, nem jogo muitos, mas este me chamou a atenção por conta da história, e meu Deus, que história!
O game se passa em Dubai, umas das maiores e mais ricas cidades do mundo. Por se localizar em uma região desértica, tempestades de areia começam a afetar a cidade.


É nesse ponto que assumimos o capitão Martin Walker. Ele é o líder do time Delta que é composto pelo tenente Alphanso Adams e o sargento John Lugo. Sua missão é ir até Dubai, verificar a situação da cidade, confirmar se Konrad está vivo e se na cidade existem sobreviventes, e ai então chamar extração. Walker já serviu em uma missão ao lado do comandante Konrad, e o toma por herói já que o mesmo salvou sua vida uma vez.


Eu até li uma entrevista com o criador do game e ele afirma que a intenção de Spec Ops era chocar o jogador e fazer ele ter nojo de toda e cada ação dos envolvidos numa guerra. A intenção era abrir a mente de muita gente, e pelo menos no meu caso, ele conseguiu.
Spec Ops é um game TPS (Third Person Shooter, ou seja, tiro em terceira pessoa), que segue o mesmo estilo de Gears of War. Cover, atira, anda, cover, atira e repete. O jogo não é tão longo, ele dura mais ou menos 8 horas. Combinando isso ao enredo envolvente, o game não se torna repetitivo, como muitos do gênero. A dificuldade é gradativa, a cada fase aparecem mais e mais inimigos, e a munição é de certa forma escassa. Se você ficar atirando muito a esmo sem acertar ninguém, tenho péssimas notícias pra você. E mesmo que você seja um exímio atirador, o jogo te força a trocar de armas constantemente. Os inimigos aparecem com armas variadas ao longo do jogo, e você precisa ficar trocando de armas pra poder ter munição suficiente para progredir.
Os sons do jogo são muito bons e a trilha sonora é excepcional. É rock o tempo todo, e é uma trilha digna de filmes hollywoodianos. Eu achei genial a sacada de colocarem a Star Spangled Banner (hino dos estados unidos) tocada por Jimi Hendrix logo de cara no jogo. Foi uma ironia ao patriotismo americano, já que no jogo o patriotismo é deixado totalmente de lado, dando lugar ao instinto de sobrevivência dos soldados. Ainda falando sobre sons, temos a dublagem, que é outra coisa excepcional. Ao longo do game, podemos perceber na voz dos personagens o cansaço, a raiva, a frustração, o ódio. É simplesmente brilhante e da uma sensação única de imersão. A melhor comparação é nas batalhas. No começo do game, enquanto estamos em um tiroteio, é comum os protagonistas falarem frases normais, com tons controlados, como "Tango down!", "cover me", "Reloading, give me backup", "target eliminated" e depois, mais pra frente, eles gritarem em tons desesperados e nervosos "Killed that son of a bitch", "Die, motherfucker", "I'm reloading goddammit, get this bastards of my ass!". É notável o estado emocional de cada um, e como eles começam a reagir as situações.
Os gráficos são muito bonitos, a cidade é espetacular mesmo estando coberta de areia e o mais interessante, é como os personagens progridem com isso. Conforme o jogo avança, os soldados começam a ficar cada vez mais e mais machucados. Adams fica manco, Walker tem parte do rosto queimado e etc. Eles tiram todo esse paradigma de soldados perfeitos que destroem exércitos e mal se arranham.
Spec Ops possui diversos finais e escolhas ao longo do game que alteram a sua visão dos acontecimentos. Isso faz com que o jogador termine mais de uma vez e veja mais de um ponto de vista sobre tudo.Mas no final, o veredito é apenas um: O que você denomina por certo, nem sempre é bom.
Junto com o game, pela primeira vez eu vou recomendar um filme, que mostra como é o estado emocional de soldados em zonas de guerra. O filme é "The Hurt Locker" (no Brasil com o nome de "Guerra ao Terror") e conta com o ator que fez o Gavião Arqueiro dos vingadores. É um bom filme que também retrata o sentimento passado por Spec Ops.
Spec Ops é um excelente game e altamente recomendado a todos. Definitivamente se tornou um dos meus games favoritos.